Vendia, pobre, homenino
chocolates doces, como açúcar.
Comprava e vendia,
vendia e comprava,
a vida.
Compravam, passavam,
olhavam, passavam,
desviavam, passavam,
sorriam, passavam,
sonhavam, passavam,
esqueciam, passavam,
passavam, passavam.
Capitalista, lucrava seus vinténs,
não era rico, homenino,
embora nas mãos
chocolates doces, como açúcar.
Aprendeu logo o ofício da vida,
comprava e vendia,
vendia e compra,
na rua, em frente
ao escritório,
à farmácia,
ao colégio.
à igreja,
à loja de sapatos chiques,
à camisaria social,
a tanta coisa que nesse mundo há.
Homenino, passava fome,
quando tempo passava,
e chocolate doce, como açúcar,
nas mãos.
Fome de tanta coisa que nesse mundo há.
.....
Diálogo com a poesia "A morte do Leiteiro" de Carlos Drummond de Andrade
Diálogo com a poesia "A morte do Leiteiro" de Carlos Drummond de Andrade
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