quinta-feira, 24 de julho de 2008

Quem sou eu?

Quem sou eu?

Acredito que ser humano é nunca encontrar essa resposta em toda sua profundadidade ou mesmo compreender totalmente essa pergunta.

Não sou o que eu faço. Minha profissão é engenheiro da computação, mas não é o que sou.

Não é o que gosto de fazer. Adoro poesia, mas meus versos não me definem.

Não sou aquilo em que ponho minha fé. Ser católico não é o que sou.

Não sou minhas qualidades ou defeitos, não sou aquilo que tenho ou que deixo de ter, não sou meus sonhos ou meus desejos...

Quem serei eu então?

Serei talvez aquele sujeito que faz essa pergunta?

Mas as condições nas quais formulo a pergunta são tais que me escapam, então como poderiam essas me determinar?

O simples olhar auto-reflexivo não alcança jamais seu objeto, vemos fantasmas distorcidos num espelho fragmentado..

O ser humano é para si a possibilidade e a incógnita. Um conjunto de impressões difusas que jamais se integram...

Vivemos na busca...

Talvez seja essa busca que nos defina, ou quem sabe a intuição de que ela tenha um fim.

Talvez, apenas talvez, tragamos em algum lugar essa resposta, um lugar escondido, um lugar que ainda não somos capazes de acessar.

Talvez seja o movimento de viver que torna estranhos a nós mesmos...

Talvez os ponteiros do relógio da vida girem tão rápido, e cada vez mais rápido, que não somos capazes de dizer para onde eles apontam...

Quem sabe quando bater a última e eterna badalada poderemos enfim ter a resposta...

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Sou formando de eng. elétrica ênfase da Computação na Escola Politécnica da USP em São Paulo e sou natural da linda capital da vale do paraíba, São José dos Campos.

Sou engenheiro nas horas não tão vagas e poeta em tempo integral. Bom pelo menos me esforço rsrs 

Grande abraço!

Contato: rmrosa@gmail.com

15 comentários:

Anônimo disse...

uau irado
penso que os outros sabem melhor quem sou do que eu próprio... pois eu não me vejo... eu apenas... sou

abração, parabéns!

Ariana disse...

uma hora ou outra a gente acaba se rendendo a um blog! Seja bem-vindo!! Bjão!

Anônimo disse...

Oi Rodriguinho, legal sua descrição. Me identifiquei muito tb com essa busca q vc tem. Acho muito legal essa energia de não parar de buscar algo, que muitas vezes não sabemos o que é.
Estou lendo Paulo Freire e ele fala, entre outras coisas, que o ser humano é inacabado. Quem acha que chegou a um fim, na verdade é que não sente mais amor pela busca.

Vlw, grande abraço
Felipe

Anônimo disse...

=)

ZEMO disse...

Gostei de refletir sobre sua reflexão.

Estaile!

Alexander Bispo disse...

Vi seu blog e o achei mto interessante, convido-te a conhecer o meu:

http://alexbispo.blogspot.com/

Também escrevo algumas poesias.

Alexander Bispo

Tássio disse...

Li uma poesia no blog e me interessei.

E me curiosei:
O que você lê?
Por que um blog?

Rodrigo Rosa disse...

Olá Tássio,

eu leio muito e sobre os mais diversos assuntos. O que mais tenho lido ultimamente são coletâneas de poesias e livros de crítica literária. Meus autores favoritos são Clarice Lispector, Rainer Marie Rilke e Antoine de Saint-Exupéry.

Tássio disse...

Rilke... não é dele o autor de Cartas a um Jovem Poeta? Quanto a Saint-Exupéry, só acho que conheço o Pequeno Príncipe dele.

Pessoalmente, gosto bastante do Salman Rushdie e do Guimarães Rosa. Meu repertório não é muito vasto, contudo.

Agora... se me permite a insistência, por que um blog?

Rodrigo Rosa disse...

sim Tássio, ele é o autor.

Sua pergunta tem muitas respostas.

A primeira é a dificuldade de conseguir publicar um livro de poesia em papel no Brasil, sem tem ter de arcar com os custos. Além disso, o conteúdo disponível na internet se torna mais acessível para divulgação que uma pequena tiragem na biblioteca, permitindo também atualização e interação com os leitores.

Um outra forma de pensar a sua pergunta seria entendê-la como um questionamento sobre as razões que me levam a escrever.

Talvez seja uma necessidade de expressar um sentimento ou talvez um pensamento. Eu escrevo quando consulto um "FAQ" de textos já escritos e percebo que não há nada que possa traduzir o que eu gostaria de dizer.

Também há uma busca por tentar fazer algo humano em uma rotina que muitas vezes não exige muito da nossa sensibilidade, necessidade de me sentir gente, entender algo mais sobre mim, e algo mais sobre o mundo.

Unknown disse...

Olá....vi o seu blog e simplesmente amei......
PARABÈNS....a discrição do quem sou eu...é tudo de bom.....amei

D.kallin disse...

lindo texto ....*-* °-°

Certas Coisas disse...

Excelente texto, parabéns!

Natália Pirolla disse...

Você poeta é espelho.
O reflexo
Eu
Ele
O próximo também.

Priscilla Evelyn disse...

Iniciei meu blog hoje e já tive o prazer de encontrar o seu. Amei absolutamente tudo! Estava tentando escrever algo sobre mim, mas ai me deparei com o que você escreveu sobre si mesmo, então falarei como o Cainanan: os outros sabem melhor quem sou do que eu mesmo!

Me identifiquei muito com suas idéias, formas de linguagem e expressão.
Sua maneira de pensar é explendorosa..eu pelo menos acho!
Um grande abraço