terça-feira, 4 de agosto de 2009

Conchas

Procuro amigos como quem cata conchas,
entre praias, areias e pedras escorregadias.
Não tenho pressa. Escolho. Pulo as ondas.
Deixo o tempo me entreter em suas manias.

Quando encontro, ponho logo na coleção,
aquele lugar reservado desde sempre.
Alguns dão trabalho, peças exigentes,
outros acomodam-se dóceis ao coração.

O mar as vezes me traz algas, guardo-as também.
Não sou devoto das formas convencionais.
No mais, não sou fiscal de conchas. Que mal tem
se não pergunto nem exijo credenciais?

Arrisco. Meto a mão. Danem-se os caranguejos.

Um comentário:

Gildo disse...

Se as conchas fossem moedas os carangueijos eram milionários.
Se nossas conchas fossem fósseis
o passado esta escrito nas areias
das praias do nosso brasil.
Belo poema
gildo azevedo http://poesiacontempo.blogspot.com/