quinta-feira, 16 de julho de 2009

Papel de Bala

Bom seria se tudo na vida viesse em papel de bala.
Alguns puxões, um mover habilidoso de dedo,
e de repente um sabor barato nos invade e cala.
E o melhor: masca-se em público sem medo.

Por isso eu mastigo direitinho tudo a minha volta,
sou uma ilha cercada de mundo de todos os lados.
Mas nela não há flores, nem uma criança peralta,
nem é principado planetinha: na verdade é chato.

Isso porque não sou dono de nada, tudo é emprestado.
Por outro lado, não tenho trabalho com manutenção.
Imaginem se o Sol ou a Lua dependesse de aprovação
para esquentar do frio ou entreter um casal de namorados?

A vida seria complicada demais,
ser poderoso não traria vantagem.
Hoje tudo está a mão quando apraz
e ainda posso fazer muita bobagem!

Quem quer ser Deus se pode ser homem?
Se bem que ser anjo quebraria um galho danado.
Nesse trânsito cada vez mais congestionado
um par de asas teria sido muito útil ontem.

Mas enfim, a bala é de framboesa.

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